Por: Claudia Souza
De tempos em tempos a humanidade conhece ícones que trazem mensagens inspiradas falando em nome de Deus. Foram vários, desde o antigo testamento ao novo testamento, religiões e filosofias orientais, entre outros. Entretanto se destacam aqueles que falando em nome Dele, "O Senhor Deus", como se fosse um elemento humanoide, sofreram ataques na sociedade em que viviam. Entre esses estão Jesus Cristo que se auto intitulava "O Filho e representante de Deus na Terra", demonstrando aos seus discípulos os milagres que era capaz de fazer e 1800 anos depois Bahá'u'lláh que se considerava como "Aquele que Deus fará Manifesto" ou a "Suprema Manifestação de Deus", pois estaria cumprindo uma profecia Babí.
Jesus Cristo foi calado e sacrificado em vão, porque embora tivesse seus poucos discípulos naquela época, representava uma pulga atrás da orelha dos observadores políticos que perceberam em sua figura populista um risco à soberania do governador e um líder de uma pequena célula que não colaboraria com o regime político daquela região. Jesus Cristo era uma concorrência desleal, devido a deidade que demonstrava, por possuir poderes metafísicos capazes de surpreender os magos e os mais respeitados sacerdotes preferidos do império.
Tanto Jesus Cristo como os seus principais seguidores foram perseguidos e como diz o velho ditado: "Há males que vem para o bem..." - A vitimização dessa população, aumentou a quantidade de pessoas com afinidade à figura do Cristo e seus seguidores; ou seja, como a maioria era vítima do mesmo regime que mantinha pobres, escravizados, humildes e necessitados, a causa serviu para agrupar os seres em condições equivalentes dentro da crença nas palavras do Cristo, que representava a figura desses excluídos.
Por incrível que pareça, na base da pirâmide aonde está a maioria da massa, crer na boa nova, nos paradigmas fora do poder dominante é o que dava aos dominados alguma sensação de poder e valorização de existência. Quando o dominante não tem o poder de comandar o meu sentimento e os meus paradigmas, ele perde poder sobre mim e ao menos nesse quesito eu tenho mais poder que ele, e isso, na maioria das vezes me enche de alegria e satisfação.
Durante 300 anos, a mensagem que Cristo deixou aos seus apóstolos foram propagadas, aumentando assim o número de seguidores, até que deixou os montes e se ergueu como um templo, transformando a crença e a fé no Deus de Jesus num grande centro de arrecadação e dominação, se transformando numa das maiores empresas e acionistas até os dias de hoje. Surgiram inúmeros concorrentes da fé, com nomes e diferenciais, sustentados pela fé inocente desses servos, que incapacitados de perceberem a manipulação à que foram submetidos, atravessam séculos parados no tempo, desconhecendo o verdadeiro sentido da palavra de Jesus de Nazaré que foi deturpada e que teve a sua compreensão submetida aos prazeres da ilusão dogmatizada pela iniciativa de outro grupo dominante que trabalhou durante séculos em parceria com os imperialistas.
Você pode pensar que Jesus Cristo foi único a propagar as palavras do Deus dele; mas recentemente, dois séculos atrás, Bahá'u'lláh resolveu proferir pensamentos iguais aos do Cristo, que ponderam sobre a fraternidade, igualdade e solidariedade. Dessa vez, ele não foi crucificado, porque era de uma família da nobreza, mas seus discípulos passaram por muitos apuros e muitos morreram por medirem poder contra seus algozes e se recusarem a "mudar de opinião", enfim, morreram e sofreram como heróis da resistência. Mais uma vez, os dominantes não tiveram poder sobre eles. Como era de família política nobre, Bahá'u'lláh viveu uma vida de exílio, mas pode escrever vários livros, resultando em quase 7 milhões de seguidores nos últimos 200 anos.
Os sacrifícios de todos esses seres humanos em prol de uma ideia, está demorando muito para enraizar no ser humano o verdadeiro sentimento da evolução moral e espiritual. Somos seres capazes de tantas realizações e criações, mas ao mesmo tempo, somos extremamente nocivos à nossa própria espécie e ao Planeta que nos mantém vivos.
A humanidade só vai modificar os seus caminhos em direção à autodestruição, no dia em que os humanos desistirem de serem "SEGUIDORES" e tornarem-se "PRECURSORES" de suas 'PRÓPRIAS" essências.
A falta de confiança que une os povos, provoca insegurança em relação às suas posturas comportamentais e religiosas.
Os homens que professaram sua fé como normativa para "seguidores", não imaginaram que suas palavras seriam interpretadas como "norma" de fé ou de comportamento. Eles vieram para lembrar à humanidade sobre a existência de um "Pai Criador" e o quanto todas as suas criações deveriam ser tratadas com o devido respeito, pois todas as criaturas e elementos existentes no universo provém do mesmo "Deus" ou "Formas variadas de energias" ou "Inteligência Soberana" ou "Força concentrada dos elementos de Grau", etc...
Quem condenou "As vozes de Deus" ou "Representantes de Deus" a uma morte precária, foram seus próprios seguidores inocentes e ignorantes da sua real essência e perfeição individual. Se eles soubessem o poder que possuem (como dizia o Cristo e mais tarde Bahá'u'lláh, entre tantos outros), viveriam suas vidas compenetrados no exercício de sua fé incondicional e silenciosa no "Criador de Todas as Coisas"; fazendo em suas vidas, as mudanças necessárias, dando os melhores exemplos de bem maior e amor sem dotações, regras e punições para a posteridade.
Como a maioria dos animais, o ser humano pode aprender por observação e repetição. Os exemplos passados de pais para filhos é que determinam as tradições de diversos grupos. Haverá uma só religião quando todos perceberem que o melhor para um é o que for melhor para todos, através do respeito mútuo, compreensão, autodeterminação, independência, auto superação e amor ao próximo como a si mesmo.